É uma infecção por parasita ou
protozoário que acomete o homem podendo ficar restrita ao intestino, tendo como
principal sintoma a diarréia, ou não causando febre e sintomas diferentes
dependendo do órgão “invadido”. Mais freqüentemente o órgão preferencial a ser
comprometido é o fígado. O agente causal é a Entamoeba hystolitica. Este
parasita infecta aproximadamente 1% da população mundial, principalmente a
população pobre de países em desenvolvimento. Recentemente identificou-se um
parasita com a mesma forma da Entamoeba hystolitica que não causa doença
(Entamoeba dispar). Isto é importante porque o achado da ameba nas fezes
de um indivíduo não necessariamente caracteriza amebíase. A E. dispar
não é causadora de doença e a hystolitica pode estar presente no
indivíduo e não causar doença. A diferenciação de uma para a outra é feita por
exames de laboratório e raramente se mostra relevante.Adquire através da ingestão de alimentos ou água contaminada com
matéria fecal contaminada com os cistos da Entamoeba. Pode-se adquirir
de outras formas, mas são bem menos freqüentes .
Além das úlceras no cólon, as amebas
podem causar abcessos em diferentes órgãos, dos quais o mais frequentemente
afetado é o fígado.
SINTOMAS
Os sintomas das pessoas com amebíase
vão desde a diarréia com cólicas e aumento dos sons intestinais até a diarréia
mais intensa com perda de sangue nas fezes, febre e emagrecimento. Nestes casos
ocorre invasão da parede do intestino grosso com inflamação mais intensa e os
médicos chamam de colite. Podem ocorrer ulcerações no revestimento interno do
intestino grosso, por esta razão o sangramento. Raramente a infecção causa
perfuração do intestino, quando ocorre a manifestação é de doença abdominal
grave com dor intensa, rigidez e aumento da sensibilidade da parede além de
prostração extrema da pessoa afetada. A doença pode apresentar-se de forma mais
branda com diarréia intermitente levando muitos anos até surgir um
comprometimento do estado geral.
Não muito comumente o protozoário
pode penetrar na circulação e formar abscessos (coleções fechadas no interior
de algum órgão ou estrutura do corpo) no fígado que causam dor e febre com
calafrios. Estes abscessos podem romper-se para o interior do abdômen ou mesmo
do tórax comprometendo as pleuras (camada que reveste os pulmões) ou o
pericárdio (camada que reveste o coração). Também raramente podem formar-se
tumorações no intestino que se denominam “amebomas”. As situações de doença
extra-intestinal ou invasiva são as que levam aos casos mais extremos que
evoluem para a morte do indivíduo infectado.
DIAGNOSTICO
O exame de fezes detecta o parasita
com alguma facilidade. A forma mais invasiva depende do que os médicos chamam
de exames de imagem (tomografia computadorizada, ecografia ou ressonância
magnética). Algumas vezes para confirmação diagnóstica , além do exame de
imagem os médicos usam agulhas finas para puncionar os abscessos. Nas formas
mais invasivas, quando o diagnóstico não for possível por identificação do
cisto utiliza-se exames de sangue para a detecção da presença de anticorpos
contra o parasita.
TRATAMENTO
A droga mais utilizada pelos médicos
é um antimicrobiano com nome de metronidazol, mas existem outros com uso
recomendado para circunstâncias específicas. O tempo de tratamento pode variar
conforme o comprometimento da pessoa. As vezes, quando houver a formação de
abscessos hepáticos pode ser necessário aspirá-los com agulha para diagnóstico
ou tratamento, muito raramente estes casos irão a cirurgia.
PREVENÇÃO
A contaminação fecal dos alimentos e da água é a principal
causa de tal infecção. Como na maioria das parasitoses intestinais as medidas
de saneamento básico como tratamento da água e esgotos são decisivas na
prevenção desta doença.
Os alimentos mais freqüentemente contaminados são os vegetais
cultivados junto ao solo. A higiene destes alimentos crus deve ser rigorosa com
detergentes potentes seguido de imersão em solução de vinagre ou ácido acético
por 10 a 15 minutos. A água somente após ser fervida fica totalmente livre
destes protozoários.
O tratamento adequado destes pacientes ajuda a eliminar
fontes de propagação da doença, principalmente na zona rural onde a água
tratada não é sempre disponível.
Os hábitos gerais de higiene como lavar as mãos após o uso do
sanitário são medidas de educação que com certeza contribuem na prevenção. A
fiscalização dos prestadores de serviços na área de alimentos pela vigilância
sanitária é de suma importância.
Recentemente a possibilidade de vacina para um futuro não
muito distante mostrou-se viável.
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